O Maxi Renda FII é um fundo de perfil híbrido, com foco principal em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que gerencia ativamente seu portfólio para otimizar os rendimentos em um cenário de inflação mais baixa, complementando sua carteira com investimentos em outros FIIs e permutas financeiras.
A análise do último ano do FII revela uma gestão proativa e adaptativa, cuja história é marcada pela 10ª emissão de cotas em junho de 2024. Este evento foi crucial, pois o capital levantado foi estrategicamente alocado, conforme detalhado nos relatórios subsequentes (setembro e outubro de 2024), em novos CRIs com taxas mais atrativas. Essa movimentação foi uma resposta direta ao principal desafio do período: a queda da inflação. A gestão buscou, com essa reciclagem de portfólio, ‘melhorar o carrego’ do fundo e sustentar os rendimentos em um ambiente macroeconômico menos favorável para ativos indexados ao IPCA.
A tendência do Dividend Yield Anualizado (Rolante) confirma este cenário. A queda de 12,51% em junho de 2024 para 11,72% em maio de 2025 é a materialização quantitativa dos ‘índices de inflação mais baixos’ citados pelo gestor. Contudo, a estratégia de mitigação é evidente. O fundo consistentemente acumulou uma robusta reserva de correção monetária, que saltou de R$ 4,44 milhões em setembro de 2024 para R$ 35,59 milhões em maio de 2025. Isso é corroborado pela rentabilidade efetiva mensal (1,49% em maio de 2025), superior ao dividendo distribuído (1,08%), indicando que o gestor está retendo parte do resultado para suavizar distribuições futuras e fortalecer o fundo.
A estratégia de alocação diversificada, descrita nos relatórios gerenciais, é plenamente validada pelos dados da CVM. O portfólio de maio de 2025 mostra R$ 493,5 milhões em ‘Cotas de outros FIIs’, confirmando a relevância do book de FIIs, que foi ativamente gerenciado com aportes como no MCLO11 e LPLP11. Além disso, a rubrica ‘Imóveis para Venda’ de R$ 11,9 milhões no balanço da CVM valida a narrativa do gestor sobre a execução de garantias de CRIs problemáticos, como o CRI Harte, que resultou na posse de um ativo imobiliário. Isso demonstra a transformação do risco de crédito em um desafio de liquidez imobiliária.
A gestão de risco se mostra transparente e diligente, com comunicação constante sobre ativos problemáticos como os CRIs Harte, Urbplan e Nex Group. A informação de que estão ‘integralmente provisionados’ ou ‘sem impacto nos rendimentos’ sinaliza que os piores efeitos financeiros já foram absorvidos, restando agora o trabalho de recuperação de valor. O baixo endividamento, com um passivo de R$ 46,6 milhões frente a um PL de R$ 4,12 bilhões (cerca de 1,1% de alavancagem), confere ao fundo um perfil de baixo risco financeiro, permitindo que o foco permaneça na gestão de crédito e na otimização do portfólio de ativos.
O portfólio do fundo é estruturado em três pilares principais, com uma clara dominância da carteira de CRIs, que forma o núcleo da estratégia de renda. A gestão busca ativamente reciclar esses ativos, vendendo CRIs no mercado secundário para realizar lucros ou gerenciar o caixa e comprando novas operações com spreads mais elevados para melhorar a rentabilidade média. A estratégia é complementada por um book tático de FIIs, validado pelos R$ 493,5 milhões alocados segundo a CVM, que busca ganhos de capital e diversificação de fontes de renda. Por fim, o book de Permutas Financeiras representa uma aposta de maior risco e potencial de retorno, ligada ao desenvolvimento imobiliário. A presença de R$ 11,9 milhões em ‘Imóveis para Venda’ no balanço patrimonial é a prova da materialização do risco de crédito dos CRIs, onde o fundo executou garantias e agora trabalha na liquidação desses ativos para reaver o capital.
Distribuição/cota:
DY (12m):
VP/Cota:
P/VP:
Liquidez Diária:
Nº Cotistas:
Vacância Física:
Vacância Financeira:
Inadimplência:
Alavancagem:
PMRC:
FFO: